15 Feb 2019 Reportagem Nature Action

O projeto no Zimbabwe para salvar o animal mais traficado no mundo, o pangolim

O Dia Mundial do Pangolim, 16 de Fevereiro, nos lembra do dano que o tráfico de animais tem feito para o único mamífero escamoso, mas ainda existe uma chance para salvar espécies em risco se agirmos imediatamente com inteligência. 

Uma campanha colaborativa de conscientização entre um prateiro, um fotógrafo e um conservacionista, está ressoando entre aqueles que amam pangolins. 

Lisa Hywood, Oficial Executiva Chefe e fundadora da Tikki Hywood Foundation, lembra: “Vinte e três anos atrás, Negomo, uma pagolim adulta, chegou em um saco usado de farinha de milho, apavorada e fedido. Quando eu olhei dentro do saco meu coração começou a bater forte como não fazia ideia do que fazer, ou como eu podia ajudar esse animal desesperado. Esse foi meu primeiro pangolim resgatado... As últimas duas décadas foram uma jornada incrível para mim e todos nós na fundação Tikki Hywood ´´ 

Em 2016, a Fundação se juntou com o renomado fotógrafo Adrian Steirn para filmar um documentário curto chamado, o homem Pangolim. 

https://www.youtube.com/watch?v=kzUXS70ebQo

Essa série inclui cuidadores de pangolins que trabalham na fundação Tikki Hywood e que desenvolveram uma relação com cada pangolim a seus cuidados. Também demonstra quão vulnerável o pangolim é e por que o cuidado da fundação é tão vital para eles poderem se reabilitar e retornar a natureza.  

A colaboração por trás do projeto dos pangolins nasceu quando Adrian Steirn encontrou a família Mavros e soube do desenvolvimento da nova coleção de jóias que eles estavam criando, a coleção pangolim, inspirada pela longa relação deles com a espécie, e que foi desenhada para conscientizar e financiar a fundação Tikki Hywood. 

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Upenyo – Uma fêmea resgatada dia 25 de Setembro de 2015; pesando 12.3 kg. Ele foi resgatada em Mukuvusi Woodlands depois de relatos dela ter caído de um ônibus. Ela foi solta com sucesso dia 20 de Abril de 2016. Foto da fundação Tikki Hywood Foundation.
 
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Chatunga – Um macho jovel, pesava apenas 2.2 kg quando foi resgatado no dia 09/01/16. Ele estava bastante debilitado e muito magro. Ele tinha sido transportado em um caminhão de bananas e foi eventualmente resgatado em Harare.  Chatunga nunca conseguiu se recuperar e o perdemos a cinco dias depois no dia 14 de Janeiro de 2016. Foto de Tikki Hywood
 
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Mamoyo – Resgatada no dia 30 de Janeiro de 2016 - a jovem pesava 2.3 kg – ela estava terrivelmente debilitada. Jovens deste tamanha deveriam ainda estar com suas mães. Ela morreu no dia 18 de Fevereiro de 2016. Foto de Tikki Hywood
 
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Mosi – Ele foi recuperado do tráfico no dia 9 de Novembro de 2017, pesando 4,7 kg. Ele foi reabilitado até sua re-introdução na natureza no dia 6 de Abril de 2018. Foto de Tikki Hywood
 
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Mweya – Resgatada no dia 22 de Junho de 2018. Ela estava debilitada e era mais velha. Sua reabilitação se deu incrivelmente bem e conseguimos a soltar em Dezembro de 2018. Ela pesava quase 2.5 kg a mais na soltura. Essa imagem é dela se distanciando de nós, livre. Foto de Tikki Hywood. 
 

Batalha desafiadora 

O tráfico de animais silvestres é o quarto maior mercado negro, atrás de drogas, armas e humanos, e as apreensões de partes do corpo de pangolins continua. 

Alguns dias atrás em Hong Kong foi reportado a interceptação de um carregamento com nove toneladas de escamas de pangolim, a maior apreensão deste tipo feita na cidade, 1000 presas de elefante estavam no mesmo carregamento. Ele foi encontrado embaixo de chapas de carne congelada em um navio cargueiro que parava em Hong Kong em sua rota para o Vietnam, advindo da Nigéria de acordo com oficiais. O valor estimado da carga era de aproximadamente 8 milhões de dólares. Representando quase 13000 pangolins. 

Mais recentemente, autoridades de Uganda reportaram ter apreendido 750 peças de presas de elefante e milhares de escamas de pangolim, contrabandeados do Sudão do Sul em uma das maiores apreensões de contrabando de animais da história do país. .

O marfim e as escamas foram descobertos dentro de troncos ocos na capital de Uganda, Kampala. Dois homens vietnamitas, suspeitos de contrabando, foram detidos. 

Em Dezembro de 2018, as autoridades da Malásia queimaram 2.8 toneladas de escamas de pangolim apreendidas, com valor de nove milhões de dólares. As escamas foram confiscadas pelos oficias de alfândega do porto de Klang entre maio e setembro de 2017. Abdul Kadir Abu Hshim, o diretor feral de vida silvestre e parques nacionais estima que mais de 3000 pangolins tenham sido mortos para obter as escamas.  

Em Setembro de 2018, oficiais de alfândega do Vietnam aprenderam 805 kg de escamas de pangolim dentro de caixas advindas em um voo da Nigéria, de acordo com a mídia estatal. O comércio de Pangolins é banido no Vietnam. Mas a fraca execução da lei tem permitido que um mercado negro cresça e alimente uma industria bilionária global de partes animais, majoritariamente para remédios Chineses e animais domésticos exóticos.

“Quebra meu coração saber como a ganância dos seres humanos está empurrando esse animal para a extinção´´ Diz Hywood.´´ O tempo está acabando para o Pangolim,então temos que tomar providências. A extinção é para sempre, e acredite é nosso papel e responsabilidade garantir que o Pangolim não vire um mito em um livro de histórias´´. 

Pangolins são o mamífero mais traficado no mundo, com mais de um milhão de animais tráficados na última década. Para uma espécie que a maior parte das pessoas nunca ouviu falar, ou viu, o número é desconcertante. Em Setembro de 2017, a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies em Risco (CITES), acordou de maneira unânime em mudar as oito espécies de pangolim do Apêndice II para o Apêndice I. Isso significa que hoje existe um banimento total em todo e qualquer comércio internacional de Pangolim na África e Ásia, onde o animal é encontrado, colocando em evidência a natureza critica da ameaça para a espécie e o consenso global deste reconhecimento. 

A Campanha Wild for Life  da ONU Meio Ambiente almeja conscientizar sobre a condição de espécies ameaçadas como o Pangolim, e criar capacidades dos países de prevenir e reduzir a demanda por produtos derivados de espécies protegidas. Igualmente crítico é promulgar e fazer cumprir leis mais duras e dar apoio as comunidades locais para parar o tráfico ilegal de animais silvestres. 

Por mais informações por favor contactar a Chefe de Comunicação e Embaixadora de Relações da Vida Selvagem, Lisa Rolls.